28.2.09
Bernard Kouchner visto por Pierre Péan...
Séraphine...
As suas primeiras telas interpelam o colecionador alemão Wilhelm Uhde, amigo de Braque et de Picasso, que aluga um apartamento em Senlis, nos arredores de Paris, e que, surpreendido pela intensidade latente, encoraja-a a continuar nessa via. Durante a primeira guerra mundial, Wilhelm Uhde deve fugir de França e Séraphine cai na miséria. De regresso em 1927, ele organiza exposições para mostrar as telas, grandes ramos de flores e de folhas. Mas Séraphine enlouquece pouco a pouco. Morre com 78 anos num hospital psiquiátrico onde foi internada apos um escândalo público, deixando cerca de 80 obras.
Vi este filme em Novembro de 2008, e reli, logo a seguir, a biografia de Camille Claudel, e embora a vida desta última tenha sido completamente diferente, a semelhança entre os dois fins de vida deixa alguma perplexidade, como se a originalidade tivesse que ser expiada.
Ontem à noite a cerimónia dos Césars reconheceu a qualidade extrema da composição de uma actriz fora de normas, Yolande Moreau, completamente habitada pela personagem de Séraphine. Algumas obras podem ser vistas no Museu Maillol, em Paris, até 31 de Março.
Lido no Slate...
27.2.09
Espantoso !
26.2.09
Mas sei que...
o fotógrafo oficial da Casa Branca é um luso-descendente, Pete de Souza.
Eis o artigo da Wikipédia :
Né en 1954 à South Dartmouth, Massachusetts, il est diplomé d'un bachelor of science en communication publique de l'université de Boston et d'un masters en journalisme et communication de masse de l'université d'État du Kansas.
Il fut photographe officiel de la Maison Blanche pour le président Ronald Reagan de juin 1983 jusqu'à la fin de son mandat en 1989. Basé à Washington DC, il travailla pendant 10 ans comme photographe du groupe de presse du Chicago Tribune et à ce titre couvrit l'arrivée au Sénat d'Obama en 2005. Il le rencontra pour la première fois lors de sa prestation de serment comme sénateur démocrate de l'Illinois en janvier 2005. Il suivra sa première année au Sénat, l'accompagnant sur plusieurs de ses voyages à l'étranger dont au Kenya, en Afrique du Sud et en Russie. En juillet 2008, Souza publia un recueil de photos qui allait devenir un bestseller "The Rise of Barack Obama" dans lequel il avait compilé les meilleurs photos sur Obama.
Souza a aussi travaillé en freelance pour les magazines National Geographic et Life. Après les attentats du 11 septembre, il fut parmi les premiers journalistes à couvrir la guerre en Afghanistan et la chute de Kaboul.
Il était professeur assistant à la School of Visual Communication de l'université de l'Ohio quand l'équipe de transition lui demanda de devenir le photographe officiel du futur président.
Fiquei sem saber...
25.2.09
Por terras espanholas...
24.2.09
1 milhão de $ de economia...
A valsa dos prefeitos...
23.2.09
Acabei de ler "American Darling"...
A última frase : "Dans la nouvelle histoire de l'Amérique, la mienne n'était que celle d'une petite américaine gâtée, et l'avait été depuis le début".
22.2.09
Jogo ecologista...
Titanic e a cortesia british ...
Aluga-se família...
Conhecer, de Miguel Esteves Cardoso com uma fotografia de Inês Gonçalves...
Amo o incompleto, o suspenso, o atravessado, o interrompido. Os fins entristecem-me. Viver as coisas até ao fim é matá-las.
E trocá-las por outras novas é traí-las. Melhor trazê-las sempre, duvidosas e imprevisíveis mas ainda gostadas e presentes.
Se acabo um livro, sinto-me derrotado, fico deprimido, queria que continuasse, e não continua. Reler não é a mesma coisa. Lembrar não é tão bom como viver. Mas é melhor do que matar. Repugna-me a ideia das relações humanas que se «esgotam». Faz lembrar esgotos. Como se um sentimento se pudesse despachar. É preferível abandonar a pessoa que se ama e guardar o amor que se tem por ela a segui-la até à saciedade.
As pessoas namoram e ficam casadas até se odiarem. Os amigos convivem de mais e começam a chatear-se. As famílias passam tempo de mais juntas, até descobrirem todos os defeitos de cada uma. Dir-se-ia que as pessoas não suportam ter o coração dependente e então cansam-no propositadamente, para se verem livres do sentimento verdadeiro e bom que sentiam.
Porque é que as pessoas que querem ser livres, independentes e tudo o mais, são aquelas que mais mal aguentam a solidão? Porque, para o mal e para o bem, habituaram-se a uma companhia constante. Não percebem que as saudades, os desejos nunca realizados, os sonhos que ficaram suspensos, são a melhor companhia (embora também a mais triste) que se pode ter?
Nunca se deve conhecer nada a fundo. Não falando na pretensão de pensar que se pode conhecer. Quando se diz «Conheço-o como as palmas das minhas mãos», há sempre uma insinuação feia e negativa. As pessoas, quando estão tristes ou mal-dispostas, não deveriam expor-se. É uma falta de respeito pelos outros.
Deve-se ser turista nas coisas do amor. Conservar o deslumbramento. Fechar os olhos quando desmorona a fachada. A intimidade verdadeira é partilhar a descrença na ilusão. Um navio visto ao longe. A lua. Os microscópios são detestáveis. Quem quer conhecer os segredos da casa das máquinas ou a superfície das estrelas? Não é por se estar mais próximo que se está mais próximo da verdade. A verdade é aquilo em que acreditamos.
Quem acredita ainda na distinção entre conhecimento e fé? Porquê provocar, remexer no passado, fazer perguntas? É como se as pessoas quisessem destruir o que as comove. É esse o sentido da frase de Wilde, que cada pessoa mata aquilo que ama. E tudo o que ele diz sobre a superfície é profundo. Não é só horrendo saber a «verdade» sobre James Dean ou Marilyn Monroe " é um engano arrogante. As coisas também se percebem, também se amam, à distância.
Para mim, as fotografias de Inês Gonçalves é que são Portugal. Não são as reportagens e as notícias. E não admito que me chamem romântico. Eu sei que por trás daquele miúdo ou daquela árvore há não sei quê e não sei que mais. A Inês também sabe. Por isso é que fotografa como fotografa. Entre o que vê e o que fotografa vai a distância que eu admiro e, não só isso, sei que vai ficar. Entre ser esclarecido e ser iluminado, não há diferença. Mas, se houvesse, eu prefiro ser iluminado. Prefiro a revelação ao registo. Não me custa nada dizer que as fotografias da Inês são o «por trás» do «por trás», já que mostram a alma portuguesa fora do tempo e das circunstâncias, mas, ao mesmo tempo, sem mentir, dentro delas.
Gosto de tudo a que chamam «cerimónia» e «boa educação». Odeio-me quando cedo a ler biografias de escritores que admiro. Tenho a certeza que a chamada «face» pública, que é a obra, que é o rosto que mostram, é não só mais bonita como mais verdadeira que as pesquisas arqueológicas que tencionam revelar o lado particular com a ideia de que esta está escondida, é clandestina, e deita luz sobre o que já se sabe. Com o tempo, o que é que fica da vida de Platão ou de Camões? O que é que interessa?
Mas as pessoas não devem aguentar o amor, porque, mal amam, logo procuram destruí-lo com a falsa noção do conhecimento. É a mania dos «bastidores». Que interesse podem ter os bastidores duma pessoa ou de uma peça de teatro? O que é que tem a tecnologia do cd a ver com a música? O sistema de canalização de uma casa? Uma ecografia? Não completam nada. São outras coisas separadas.
Em boa verdade, eu não sei por que é que um pássaro voa, nem quero saber. Voar já é tanto. Explicar o voo morfologicamente é reduzi-lo, é fazê-lo aterrar. O que é banal para o pássaro tem de continuar a ser maravilhoso para nós. Walt Disney é uma coisa. A biologia e as técnicas de animação são outras.
Gosto das primeiras impressões, sobretudo quando se vão repetindo ao longo dos tempos. Odeio e evito as descobertas, género «Descobri que Fulano era afinal um malandro». Este afinal, com o seu tom peremptório e arrogante, como se fosse possível definir definitivamente um ser humano, irrita-me. É um acto de amizade não estar sempre a vasculhar e a reinterpretar os amigos. Toda a gente sabe que as pessoas são polifacetadas " mas porque não restringirmo-nos à faceta que conhecemos de que mais gostamos?
A vida é muito complicada e o nosso coração precisa de simplificá-la, sem ter medo de se «enganar». É preciso resistir à curiosidade e à arrogância. Conhecer deveria ser só o primeiro passo.
21.2.09
Mulheres a dias que cantam...
O debate proporcionou momentos interessantes de troca e de partilha. Um dos momentos mais fortes foi quando um jovem maroquino de 11 anos, entre gargalhadas e piadas dos amigos, perguntou porque é que as mulheres a dias cantavam, em referência a uma cena do filme onde uma dezena mulheres portuguesas, com avental e touca, lavavam a louça nos bastidores de uma festa associativa, e cantavam à desgarrada. Não conseguia compreender como é que se tinha vontade de cantar quando se trabalha. Jean-Philippe registou a frase para um futuro trabalho.
19.2.09
Os desatracados de Miguel Esteves Cardoso...
Os atracados andam a reboque da mesma caravana de agendas. Cada um tem uma opinião diferente. Mas todos vêem os mesmos programas e falam das mesmas pessoas e dos mesmos casos. Não é a discussão que é oprimente: é a agenda. A agenda é a lista das coisas escolhidas pelos empresários, políticos e editores para nós lermos; vermos; comprarmos; conhecermos; discutirmos.
É como o futebol. E basta não ligar ao futebol para ver o que se perde: nada. O pouco que importa acaba por chegar a toda a gente, já muito bem filtradinho, muito obrigado.
Graças à Internet, cada vez há mais desatracados. Lêem livros que mais ninguém está a ler; mergulham em mundos esquecidos; descobrem coisas tão novas que ainda nem coisas são; ouvem música fora de todas as modas; acompanham pessoas e problemas e pensamentos que se diria nada terem a ver com eles. Mas têm; acabam por ter. E isso é bom.
Desatracar não é rejeitar a realidade nem é ser hostil aos marcadores de agenda. É apenas pedir licença para não seguir o fio da realidade que está a ser distribuído a dado momento. É seguir outro fio, escolhido por cada um, sem grandes critérios ou seriedade até. E, quando se cruzam os dois, costuma ser interessantíssimo. E é giro.
18.2.09
Dr. House...
Fatwas eclesiásticas...
Um copo de vinho...
Como sou pouco dada a asceses, vou continuar na minha, comendo, bebendo, ..., em suma, vivendo... esperando um dia enterrar o meu médico !
Sarkothon 2009...
"Le 28 janvier, Nicolas Sarkozy aura 54 ans, et il souffre d'une maladie, l'allergie à la littérature. C'est pourquoi nous lançons une grande opération thérapeutique : redonner le goût de la lecture à l'ennemi personnel de Mme de La Fayette :
Monsieur le Président,
Serait-ce à force d’admirer les chiffres sur le cadran de votre Breitling que vous avez pris les lettres en horreur ? Vous nous rappelez sans cesse que le but de notre vie, c’est de gagner plus. Hélas, sous votre présidence, les Français n’ont plus d’argent. Des «cinq ou six cerveaux» que vous prête votre moitié, aucun ne semble stimulé par la chose écrite. La chose comptée vous importe seule, et il n’est pas jusqu’aux sans-papiers, êtres humains parmi les êtres humains, que vous ne dénombriez par paquets de mille. Un texte, semblez-vous demander, combien de divisions ? Les richesses d’un livre, la multiplicité des tons et des voix sont lettre morte pour vous. Pourquoi reconduire à la frontière de votre conscience cette diversité-là ?
Vous nous souhaitez bonne année dans la bibliothèque de l’Elysée, mais ses livres trop bien rangés montrent assez que vous n’en avez lu aucun ; vous aimez à vous parer d’Aimé Césaire et de Claude Lévi-Strauss comme d’un people et d’un top model, et tout le monde sent bien que c’est pour le show et la chanson. Après cela, étonnez-vous, Monsieur le Président, qu’on aille vous classer dans la variété. Et si, au lieu de «faire du chiffre», vous faisiez des lettres ? D’où le Sarkothon 2009.
En guidant vos lectures, nous voudrions tempérer un peu votre «fureur d’accumuler», comme dit La Fontaine, et vous redonner le goût de notre patrie, de sa grandeur spirituelle et de son histoire littéraire. Puissent ces quelques ouvrages favoriser votre retour au pays natal."
Alguns dos livros oferecidos :
- "Arrêtez d'arrêter", de Francis Mizio
- "la Justice pour les nuls"
- "Deux traités du gouvernement civil" de John Locke
- "Le Petit Prince" de St Exupéry
- "La fabrication du consentement - De la propagande médiatique en démocratie" de NoamChomsky
- "les Fables" de La Fontaine
- "Paradoxe sur le comédien" de Diderot
- "Discours sur la servitude volontaire" de La Boétie
- "Le livre dont vous êtes le héros"
- "Mes hommes de lettres" de Catherine Meurisse
- "Le Livre du courtisan" de Castiglione
17.2.09
Um texto, três vozes, três vidas... uma escolha e uma certeza !
Et si j'étais né en 17 à Leidenstadt
Sur les ruines d'un champ de bataille
Aurais-je été meilleur ou pire que ces gens
Si j'avais été allemand ?
Bercé d'humiliation, de haine et d'ignorance
Nourri de rêves de revanche
Aurais-je été de ces improbables consciences
Larmes au milieu d'un torrent ?
Si j'avais grandi dans les docklands de Belfast
Soldat d'une foi, d'une caste
Aurais-je eu la force envers et contre les miens
De trahir, tendre une main ?
Si j'étais née blanche et riche à Johannesburg
Entre le pouvoir et la peur
Aurais-je entendu ces cris portés par le vent
Rien ne sera comme avant ?
On saura jamais ce qu'on a vraiment dans nos ventres
Caché derrière nos apparences
L'âme d'un brave ou d'un complice ou d'un bourreau ?
Ou le pire ou le plus beau ?
Serions-nous de ceux qui résistent ou bien les moutons d'un troupeau
S'il fallait plus que des mots ?
Et si j'étais né en 17 à Leidenstadt
Sur les ruines d'un champ de bataille
Aurais-je été meilleur ou pire que ces gens
Si j'avais été allemand ?
Et qu'on nous épargne à toi et moi si possible très longtemps
D'avoir à choisir un camp.
Journal d'un avocat...
Lido hoje...
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a 1000 €, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas,designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de € 243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de € 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
16.2.09
... neste mundo de brutos !
2000 garrafas de champanhe Moët & Chandon, 8000 kg de lagosta, 100 kg de gambas e 3000 patos fazem parte da ementa da festa do 85º aniversário do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, segundo denuncia o jornal Times.
Num país com 12 mihões de habitantes e em que 7 milhões dependem de ajuda humanitária para viver, com 94 por cento de taxa de desemprego, com uma inflação anual na ordem dos 231 milhões por cento e a viver uma epidemia de cólera que já matou mais de 3000 pessoas, esta festa é um verdadeiro insulto ao zimbabueanos.
Mas as barbaridades não ficam por aqui, há mais produtos encomendados para a festa: 4000 doses de caviar, 8000 caixas de bombons Ferrero Rocher, 16000 ovos, 3000 tartes de chocolate e baunilha, 4000 embalagens de salsichas de porco e 500 quilos de queijo.
Mugabe convidou os amigos mais próximos, empresários e membros do partido ZANU (União Nacional Africana do Zimbábue ) para participarem na sua festa de anos. Convidou-os também a contribuir com bens ou donativos num total estimado entre 38 e os 45 mil euros. Os donativos poderão ser depositados numa conta aberta para o efeito com o nome «Movimento do dia 21 de Fevereiro», mas apenas em dólares americanos.
Diplomatas do Ocidente e membros de missões de ajuda humanitária mostraram-se chocados quando souberam da festa e da sua dimensão. «É espantoso», disse um deles ao jornal Times. «É como se estivessem completamente inconscientes sobre a situação do país ou totalmente impermeáveis, sem se preocuparem».
Um pouco de ternura...
Quantos seremos ?
Um só que fosse e já valia a pena,
Aqui na terra, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena.
Não podemos mudar a hora da chegada
Nem tão pouco a mais certa, a da partida,
Mas podemos partir à descoberta,
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto:
Esta mentira quotidiana
E triste
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
15.2.09
Vegas...
Se um cão pudesse ser só isso.
E de repente amamos os cães como se amam as pessoas e só quem tem, sabe o que é isto de amar os cães.
E eles estão ali, com uma estranha importância e uma fingida indiferença."
Lido no Segundo Impacto e imediatamente copiado.
Com Pablo Neruda...
Morre lentamente quem não viaja,
Parc Monceau...
Mar...
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim."
Sophia de Mello Breyner tudo e melhor disse.
Entre nós um oceano. A emoção de te reencontrar e de falar contigo, e este oceano que se abriu, um mundo sem tempo, um mundo sem fim. Iniciamos esta viagem juntos. Temos tanto para partilhar. E estás aqui perto de mim. E tenho saudades. Esqueci-me de quase tudo, resta um desconsolado momento, mas sinto saudades. Estranha confusão. E uma certeza. Desta vez vamos juntos. Não te largo a mão. Nunca mais largo a tua mão.
Donald Westlake e Yehudi Menuhin, lido no Magazine Littéraire...
Para eLe, com as palavras de Nuno Júdice...
Soneto da fidelidade de Vinicius de Moraes...
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do meu amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Piada portuguesa...
Hell is where the chefs are British, the mechanics French, the lovers Swiss, the police German and it is all organised by the Italians !
E de novo acredito...
E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.