11.3.09

Espanta-me o espanto...

e a indignação súbita e geral em resposta à notícia da excomunhão de uma mãe brasileira, após o aborto de uma menina de nove anos, violada pelo padrasto e grávida de gémeos. Embora a indignação seja justificada, é surpreendente em relação à actuação de uma Igreja católica que costuma ser perseverante nos seus propósitos : negacionistas e vichistas acolhidos a braços abertos há poucas semanas, a prosperidade recente das teses "criacionistas", a excomunhão de uma mãe e da equipa médica de Recife. Em suma, tudo comunga na confirmação do que a história escreve acerca da Igreja católica. Seria utópico pensar que preferisse uma vida viva, seguramente viva, de uma menina de 9 anos destinada a uma morte certa, a uma vida ausente, vida ainda não viva, vida talvez problemática, de dois fetos. E num país onde subsiste o mito da teologia de libertação, é uma triste chamada à realidade.

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